Arquivo mensal: setembro 2007

Lobão lança o movimento ‘Peidei, mas não fui eu’

O roqueiro Lobão lançou o “Peidei, mas não fui eu.” Trata-se de um misto de movimento anárquico e embrião de partido político. Destina-se, segundo diz, a combater a corrupção que grassa no país. Diferentemente do “Cansei”, o “Peidei” não exclui Lula do rol de produtores de futum.

Em entrevista ao Programa do Jô, exibida na madrugada desta quarta-feira (26), Lobão disse que, quem tiver a oportunidade de examinar a mão do presidente da República, verá que ela está tão “amarela” quanto às demais.

Explicou que um dos objetivos do “Peidei” é o de “acordar” a esquerda brasileira, que, a seu juízo, anda meio “adormecida”. Lobão entoou a música-tema do seu movimento. Trata-se de uma paródia da célebre “Que será que será”, do lulista Chico Buarque. Na versão de Lobão, “Que será” virou “Quem Será que Peida” (ouça).

Lobão lança o movimento ‘Peidei, mas não fui eu’

O roqueiro Lobão lançou o “Peidei, mas não fui eu.” Trata-se de um misto de movimento anárquico e embrião de partido político. Destina-se, segundo diz, a combater a corrupção que grassa no país. Diferentemente do “Cansei”, o “Peidei” não exclui Lula do rol de produtores de futum.

Em entrevista ao Programa do Jô, exibida na madrugada desta quarta-feira (26), Lobão disse que, quem tiver a oportunidade de examinar a mão do presidente da República, verá que ela está tão “amarela” quanto às demais.

Explicou que um dos objetivos do “Peidei” é o de “acordar” a esquerda brasileira, que, a seu juízo, anda meio “adormecida”. Lobão entoou a música-tema do seu movimento. Trata-se de uma paródia da célebre “Que será que será”, do lulista Chico Buarque. Na versão de Lobão, “Que será” virou “Quem Será que Peida” (ouça).

Cenário, especulações e certezas

À medida em que se aproxima a data-limite de 5 de outubro para mudanças partidárias ou de domicílio eleitoral, mais cresce a expectativa quanto aos últimos lances de alguns personagens importantes ao cenário eleitoral que se monta no Ceará para 2008.
Patricia Saboya, senadora hoje pelo PSB, é quem mais chama atenção quanto aos passos próximos. Dizendo-se pronta para ser candidata novamente à prefeitura, ela agenda para quarta-feira, em Brasília, uma conversa definidora. De um lado estará a cúpula nacional socialista, representada por Roberto Amaral; de outra, o comando estadual, na pessoa do vereador Sérgio Novais, presidente regional do partido.Marcos Cals, o tucano que alimenta silenciosamente a idéia de que ainda pode transferir domicílio eleitoral para Fortaleza (hoje está em Boa Viagem), também atua para manter seu nome como alternativa.
No mais, há Lúcio Alcântara, Luiz Gastão, Alexandre Pereira, Renato Roseno, como outras hipóteses lançadas a toda hora.
Certeza mesmo de que estarão nas urnas eletrônicas, mantido o cenário atual para daqui um ano, a prefeita Luizianne Lins tentando reeleição e o ex-deputado federal Moroni Torgan (DEM) em mais uma tentativa de chegar ao comando da prefeitura de Fortaleza. Além, claro, do deputado estadual Heitor Férrer, que resiste à entrada de Patricia no seu PDT para não ter que reprogramar 2008 sem jornada eleitoral para cumprir.
Postado por Guálter George – gualter@opovo.com.br

Entrevista de Lula é um insulto ao Judiciário

Deu na Folha de S. Paulo
Do colunista Janio de Freitas:
“Além de não merecer maior crédito, porque há muito o próprio Lula já esclareceu que seu estoque de credibilidade era fabricado com bravatas e outras enganações, sua entrevista a “The New York Times” é um insulto ao sistema investigatório e judicial brasileiro, portanto ao país mesmo. Bem que mereceria um processo por falta da compostura obrigatória em um presidente. Ou, para estar na moda, digamos que da falta de decoro presidencial.
É no trecho em que defende José Dirceu, mas não pela defesa em si. Lula: “Não acredito que haja qualquer prova de que Dirceu cometeu o crime de que é acusado”.
Ou seja, o Ministério Público no Brasil é incompetente e inconfiável. O procurador-geral da República é incapaz e leviano, porque denunciou sem justificaiva o ex-ministro ao Supremo Tribunal Federal. E este tribunal supremo é composto de ministros irresponsáveis, porque decidiram, com base nos elementos insuficientes da denúncia, pelo processo e julgamento de José Dirceu”. Assinante da Folha leia mais aqui

Cenário, especulações e certezas

À medida em que se aproxima a data-limite de 5 de outubro para mudanças partidárias ou de domicílio eleitoral, mais cresce a expectativa quanto aos últimos lances de alguns personagens importantes ao cenário eleitoral que se monta no Ceará para 2008.
Patricia Saboya, senadora hoje pelo PSB, é quem mais chama atenção quanto aos passos próximos. Dizendo-se pronta para ser candidata novamente à prefeitura, ela agenda para quarta-feira, em Brasília, uma conversa definidora. De um lado estará a cúpula nacional socialista, representada por Roberto Amaral; de outra, o comando estadual, na pessoa do vereador Sérgio Novais, presidente regional do partido.Marcos Cals, o tucano que alimenta silenciosamente a idéia de que ainda pode transferir domicílio eleitoral para Fortaleza (hoje está em Boa Viagem), também atua para manter seu nome como alternativa.
No mais, há Lúcio Alcântara, Luiz Gastão, Alexandre Pereira, Renato Roseno, como outras hipóteses lançadas a toda hora.
Certeza mesmo de que estarão nas urnas eletrônicas, mantido o cenário atual para daqui um ano, a prefeita Luizianne Lins tentando reeleição e o ex-deputado federal Moroni Torgan (DEM) em mais uma tentativa de chegar ao comando da prefeitura de Fortaleza. Além, claro, do deputado estadual Heitor Férrer, que resiste à entrada de Patricia no seu PDT para não ter que reprogramar 2008 sem jornada eleitoral para cumprir.
Postado por Guálter George – gualter@opovo.com.br

Entrevista de Lula é um insulto ao Judiciário

Deu na Folha de S. Paulo
Do colunista Janio de Freitas:
“Além de não merecer maior crédito, porque há muito o próprio Lula já esclareceu que seu estoque de credibilidade era fabricado com bravatas e outras enganações, sua entrevista a “The New York Times” é um insulto ao sistema investigatório e judicial brasileiro, portanto ao país mesmo. Bem que mereceria um processo por falta da compostura obrigatória em um presidente. Ou, para estar na moda, digamos que da falta de decoro presidencial.
É no trecho em que defende José Dirceu, mas não pela defesa em si. Lula: “Não acredito que haja qualquer prova de que Dirceu cometeu o crime de que é acusado”.
Ou seja, o Ministério Público no Brasil é incompetente e inconfiável. O procurador-geral da República é incapaz e leviano, porque denunciou sem justificaiva o ex-ministro ao Supremo Tribunal Federal. E este tribunal supremo é composto de ministros irresponsáveis, porque decidiram, com base nos elementos insuficientes da denúncia, pelo processo e julgamento de José Dirceu”. Assinante da Folha leia mais aqui

Só a anormalidade salva o Brasil de seus políticos

Nada diz mais sobre o Estado e a política do Brasil do que o estágio a que chegaram o governo e os políticos brasileiros. Encontram-se afundados num pântano de normalidade. Sem se dar conta da falta que o anormal faz ao país.

Que semana! A pretexto de aprovar uma CPMF sem a qual o Tesouro supostamente iria à breca, o governo abriu o cofre. Para salvar a arrecadação, gastou à farta. Para preservar investimentos que conduzirão o país ao crescimento e à modernidade, chafurdou no arcaico.

Quem não quiser perder os detalhes do que se passa em Brasília deve reter o seguinte: a exemplo dos antecessores, Lula é prisioneiro de um paradoxo. Promete o avanço sem chutar o atraso. Prega o Brasil novo abraçado ao velho Brasil.
Dizia-se, em 2002, que Lula seria menos inepto que Sarney, mais honesto que Collor, menos transitório que Itamar e mais firme que FHC. Com a autoridade conferida por 52 milhões de votos, imporia ao Congresso um novo padrão estético.

Ao descer das nuvens da eleição triunfal para o chão escorregadio do dia-a-dia administrativa, Lula perdeu a ilusão que costuma acometer os presidentes recém-eleitos: a ilusão de que preside. Passou a ser presidido pelas circunstâncias.

Em poucos meses, foi acometido daquele surto de amnésia que leva os políticos a esquecer o que escreveram ou disseram. Todos acabam se rendendo ao “realismo”. No caso de Lula, deu, num primeiro momento, em mensalão. E, depois, na velha e boa fisiologia tradicional.

No Brasil, todos os governos submetem-se a maiorias congressuais que mudam de nome sem perder o caráter. Ontem, centrão. Hoje, coalizaão. Ontem e hoje o mesmo aglomerado de políticos amorfos, isotrópicos, inefáveis. O que difere a fisiologia da CPMF das demais é o manto de normalidade que a reveste.

Considere-se, primeiro a liberação de emendas orçamentárias. Somando-se as verbas desembolsadas (R$ 47 milhões), as empenhadas (R$ 38 milhões) e as que decorrem de compromissos do ano anterior (R$ 22 milhões), chega-se a R$ 107 milhões. Aguarde-se por novos escândalos como o dos anões do orçamento, o das sanguessugas, o da Gautama…

Quanto aos cargos, foram ao balcão até diretorias da Petrobras e da Eletrobrás. Como não rendem votos, supõe-se que o que as torna atraentes é a perspectiva das propinas. Quanto à rolagem de dívidas agrícolas, os otimistas estimam que pode chegar a R$ 70 bilhões. Os pessimistas orçam a encrenca em R$ 120 bilhões. Entre os beneficiários estão os espertalhões de sempre. Vivem de plantar dinheiro público em patrimônio privado.

Inquirido, o líder de Lula na Câmara, José Múcio (PTB-PE), referiu-se à ânsia por cargos como desejo “natural” dos aliados de compartilhar a gerência do Estado. Sobre as verbas, disse que seguirão o calendário “normal” de liberações. Depois de reunir-se com os deputados ruralistas, junto com Guido Mantega (Fazenda), o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) classificou o encontro como “de rotina.” Na hora da votação, Stephanes fincou raízes no plenário da Câmara. Normal. “Faz parte da minha função ajudar a articular.”

É insuportável a normalidade que impregna o ar seco de Brasília. Algo de muito anormal precisa acontecer na Capital para que o Brasil seja salvo de seus políticos.

Não acredito que Dirceu cometeu crime’

Lula falou ao New York Times. Ouviu-o o repórter Alexei Barrionuevo. Estiveram juntos por 75 minutos, na semana passada. Deu-se no Planalto. Em meio às muitas platitudes que pronunciou, o presidente brasileiro saiu-se com uma defesa temporã de seu ex-chefão da Casa Civil, levado ao megabanco de réus do mensalão como chefe de “quadrilha” : “Eu não acredito que haja qualquer evidência de que o [José] Dirceu cometeu o crime de que está sendo acusado. Ele será julgado”.
À falta de melhor explicação, Lula repisou a fantástica versão segundo a qual “não sabia” do tricô que a “quadrilha” tecia sob suas barbas. Quem o traiu?, quis saber o repórter do NYT. Lula, uma vez mais, recusou-se a dizer. Fez pior. Acomodou sobre a cuca de cada servidor público um halo de suspeição: “Há centenas de funcionários ao meu redor que eu nem tenho idéia do que estão fazendo.”

Mas os casos de corrupção não foram a tônica da entrevista. Tampouco a crise aérea. “Tais preocupações mal pareciam incomodá-lo”, anotou o repórter em seu texto, veiculado na edição deste domingo do NYT. Lula “estava otimista”. Lê-se na reportagem: Apesar das controvérsias, o índice de aprovação de Lula paira acima de 60%”.

Alexei Barrionuevo lista para os leitores do NYT os motivos que, a seu juízo, justificam o otimismo de Lula: “O Brasil, a maior economia da América Latina, apresentou um crescimento de 3,5% ao ano, menos do que outros países em desenvolvimento como a China e Índia, mas uma melhoria acentuada em relação aos anos 90. Os níveis de dívida e o desemprego estão em queda. As reservas estão crescendo. A inflação está a um terço do que há cinco anos”.

Abaixo, algumas frases de Lula:

Economia: “Nós estamos experimentando um momento auspicioso no Brasil […]. O Brasil está experimentando seu melhor período econômico.”
Lula X Chávez: “Nós, na América Latina, não estamos à procura de um líder. Nós não precisamos de um líder. O que precisamos é construir uma harmonia política porque a América do Sul e a América Latina precisam aprender a lição do século 20. Nós tivemos oportunidade para crescer, tivemos oportunidade para nos desenvolvermos, mas perdemos tal oportunidade. Assim, continuamos sendo países pobres.”Biocombustíveis: “Eu acredito que o mundo se renderá aos biocombustíveis […]. Nós democratizaremos o acesso à energia. Em vez de 10 países produzindo petróleo, nós poderíamos ter 120 países produzindo biocombustíveis.”
Depois de 2010: “Eu não vou fazer um programa de doutorado na Universidade de Harvard […]. Quando eu deixar a presidência, a única coisa que quero na vida é ser tratado como amigo por todos aqueles que eram meus amigos antes de assumir o cargo.”

PS.: Neste domingo, Lula, que acaba de chegar da Europa, embarca para os EUA.

"Tem faltado mais convicção ao PSDB"

deu no estadão
“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acha que ‘falta convicção’ ao PSDB para defender o legado do seu governo. ‘O PSDB e os diversos partidos que me apoiavam votavam a favor por pressão do governo, mas não faziam o debate ideológico; à primeira crítica do PT, eles ficavam atemorizados’, disse ele ao Estado, em entrevista concedida no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
Responsável pelo Plano Real, que domou a hiperinflação no Brasil, ele garante que não se sente incomodado com o fato de hoje a esmagadora maioria da população atribuir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o qualificativo de ‘maior responsável’ pelo controle da inflação, como mostrou pesquisa do Estado com o Instituto Ipsos Public Affairs, publicada no domingo passado. Para o ex-presidente, é ‘natural’ que a população olhe mais o momento presente do que a história. E a timidez tucana em assumir claramente suas posições e seus programas é o outro fator, na sua análise, que faz com que Lula possa colher quase todo o crédito pelas melhorias do País na última década.
Para Fernando Henrique, o partido precisa mudar, ‘olhar o futuro’, para poder avançar. Para isso, o PSDB ‘tem que ter um programa no qual acredite, tem que dizer ao País o que quer, e convencer a população de que estas coisas são boas’.” Leia a entrevista

Quem estabilizou a economia

“Para 67% dos brasileiros, Lula é o maior responsável pela estabilização da economia, segundo pesquisa Estado/Ipsos. Quem tem o mínimo de informação sabe que essa percepção é equivocada, mas é justo reconhecer que o Presidente teve seu papel, pois evitou que a estabilidade fosse para o brejo. Não lhe faltaram ademais competência política para vender a idéia nem desfaçatez para se apropriar do esforço de outros.
A estabilização foi uma longa e difícil caminhada até o Plano Real, cuja engenhosa concepção contribuiu decisivamente para o êxito da empreitada. O plano se beneficiou ainda de condições melhores de que as de seus antecessores: economia mais aberta, canais de importação funcionando e acesso a recursos externos.”
O trecho acima faz parte do artigo semanal do ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. Está postado na seção chamada Artigos. Leia aqui