Arquivo mensal: agosto 2010

Sai do meio

Érico Firmo

Brincando, mas com a seriedade típica dos que fazem riso com a política, Millôr Fernandes costuma dizer que é contrário tanto à extrema-direita quanto à extrema-esquerda, mas, sobretudo, é contra o “extremo centro“. E essa última é justamente a tendência política cada vez mais em voga no Brasil.

Na tentativa de se contrapor à polarização entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) flerta com elementos clássicos da terceira via. O problema que o third way tupiniquim sempre enfrentou foi o fato de que faltam extremos para tentar conciliar.

O centro, no Brasil, é um território congestionado. Não há espaço para ultrapassagem pelo meio. O eleitor brasileiro sempre foi considerado um sujeito meio de centro. Pelo menos, foi esse segmento que tem recorrentemente decidido as eleições.

As vitórias de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consolidaram uma avaliação de que o eleitorado pode ser dividido em três faixas.

Um terço estaria propenso a votar, em qualquer circunstância, na centro-esquerda. No PT e em Lula, digamos assim.

Outro terço penderia para a centro-direita, DEM-PSDB. E haveria outro terço capaz de decidir a eleição para quem melhor souber seduzi-lo. Os tucanos perceberam isso depressa. Os petistas, um pouco mais tarde. A estratégia de ambos foi abandonar radicalizações e buscar espaço no meio. As duas forças que mutuamente mais se antagonizam na política nacional estão se esbarrando ideologicamente o tempo todo nesse campo amorfo do centrismo.

Ciro Gomes (PSB) tentou e fracassou no projeto de crítica à polarização PT-PSDB e busca de uma alternativa a ambos os caminhos.

Marina segue pela mesma trilha. O problema é que falta antagonismo real de ideias. Há, é inegável, diferenças de práticas administrativas. Mas não há diferenças teóricas mais profundas, que delimitem campos políticos realmente distintos.

Como disse certa vez Cristovam Buarque (PDT), nas Páginas Azuis do O POVO, Marx ficaria horrorizado se soubesse que, no Brasil, o que caracteriza ser de esquerda é querer juros mais baixos.

Basta perceber que, no debate entre os dois líderes da corrida presidencial, a oposição busca desmentir o tempo todo qualquer coisa que possa soar como intenção de mudança de rumos. Falam que manterão tudo que está sendo feito, e vão ainda melhorar. Enquanto os governistas apontam o dedo e dizem: “Eles não gostam do Bolsa Família“ ou “eles não gostam do PAC“.

É uma discussão que só se justifica pelo pragmatismo da percepção de que essas políticas são aprovadas. Mas, ideologicamente, o debate é completamente maluco, pois quem defende a ideia é que aponta que há pensamento contrário, enquanto quem seria contra garante que é, na verdade, a favor.

Não é algo novo. Quando Lula venceu pela primeira vez, em 2002, fez uma carta para prometer ao mercado que não mudaria praticamente nada, só melhoraria o que já estava lá.

O caminho dos extremos
Se os dois candidatos apontados como radicais antagonistas fazem de tudo para ocultar as diferenças & quase sempre com sucesso & Marina, ao tentar não se contrapor nem a um, nem a outro, acaba fazendo um discurso insípido e sem cara.

Na economia, diz que não fará mudanças significativas. Sobre os temas polêmicos, como aborto ou casamento de homossexuais, encontrou a solução fácil de propor plebiscito para tudo, como estratégia para não precisar se posicionar. Marina já tem uma tarefa inglória de romper uma polarização que parece inevitável. Com mais experiência e cacife, Ciro Gomes fracassou na mesma tentativa.

No Brasil, o caminho que resta para a terceira via é o dos extremos. A terceira via apostou na moderação como proposta política para uma época de radicalização, na Guerra Fria. Em tempos de “extremismo centrista“, como o Brasil de hoje, o caminho que resta livre é pelas pontas.

Festa na véspera

Míriam Leitão

Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? A vencedora de véspera já estendeu a mão, magnânima, à oposição; seus dois maiores caciques começaram uma briga intestina; cargos são distribuídos entre os partidos da base e os assessores já preparam os planos e projetos. Fala-se do futuro como inexorável.

O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante. Imagina o tempo e o dinheiro poupado se pesquisas, 30 dias antes do pleito, fossem suficientes para o processo de escolha?

A estrutura da Justiça Eleitoral, as urnas distribuídas num país continental, mesários trabalhando o dia inteiro, computadores contando votos; nada disso seria necessário. Mas como eleição é a democracia num momento supremo, respeitá-la é essencial.

Os que estão em vantagem, e os que estão em desvantagem, não podem considerar o processo terminado porque isso amputa a melhor parte da democracia, encerra prematuramente o precioso tempo do debate e das escolhas.

Dilma já sabe até o que fará depois de ser eleita, como disse na sexta-feira: “A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação do Brasil.”

Os jornalistas insistiram, ela ficou no mesmo tom: “Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente.”
Avisou que se alguém recusasse, não haveria problema: “Pode ficar sem estender a mão, como oposição numa boa que vai ter dinheiro.” Já está até distribuindo o dinheiro público.

Feio, muito feio. Por mais animador que seja para Dilma os resultados da pesquisa — e deve ser difícil segurar a ansiedade — ela deveria pensar em algumas coisas antes.
Primeiro, que falta o principal para ela ganhar: o voto na urna. Segundo, que o eleitor muda de ideia na hora que quer, porque para isso é livre. Terceiro, que, novata em eleição, deve seu sucesso a fatores externos a ela: o presidente Lula, o momento econômico e a eficiência dos seus marqueteiros.

Aliás, o marketing de Dilma tem sido tão eficiente em aparar todas as arestas de sua personalidade que criou uma pessoa que nem ela deve conhecer.

O salto alto não é só dela, a bem da verdade. A síndrome das favas contadas se espalha por todo o seu entorno, cada vez mais desenvolto. Por isso já começaram a brigar os generais de cada uma das bandas: Antonio Palocci e José Dirceu.

Da última vez que brigaram, os dois caíram. A disputa dos partidos da base de apoio pelos cargos públicos, como se fossem os despojos da guerra já vencida, é um espetáculo que informa muito sobre valores, critérios e métodos do grupo.
A desenvoltura do já ganhou é tanta que até o presidente Lula, dono da escolha autocrática de

Dilma, parece meio enciumado e reclamou que já falam dele no passado. E avisou: “Ainda tenho caneta para fazer muita miséria.”

A declaração inteira é reveladora: “Tem gente que fica falando aqui como se eu já tivesse ido embora, mas ainda tenho quatro meses e alguns dias de governo. Alguns falam como se eu já tivesse ido. Tem gente que se mata para ser presidente por um dia e ainda tenho quatro meses e alguns dias. Ainda tenho a caneta para fazer muita miséria nesse país.”
O sentimento é um perigo. O presidente Lula já está fazendo miséria. Atropelou o calendário eleitoral, zombou das multas na Justiça, pôs o governo que dirige para trabalhar pela sua candidata como se a máquina pública fosse um partido político.

Sai do meio

Érico Firmo

Brincando, mas com a seriedade típica dos que fazem riso com a política, Millôr Fernandes costuma dizer que é contrário tanto à extrema-direita quanto à extrema-esquerda, mas, sobretudo, é contra o “extremo centro“. E essa última é justamente a tendência política cada vez mais em voga no Brasil.

Na tentativa de se contrapor à polarização entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) flerta com elementos clássicos da terceira via. O problema que o third way tupiniquim sempre enfrentou foi o fato de que faltam extremos para tentar conciliar.

O centro, no Brasil, é um território congestionado. Não há espaço para ultrapassagem pelo meio. O eleitor brasileiro sempre foi considerado um sujeito meio de centro. Pelo menos, foi esse segmento que tem recorrentemente decidido as eleições.

As vitórias de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consolidaram uma avaliação de que o eleitorado pode ser dividido em três faixas.

Um terço estaria propenso a votar, em qualquer circunstância, na centro-esquerda. No PT e em Lula, digamos assim.

Outro terço penderia para a centro-direita, DEM-PSDB. E haveria outro terço capaz de decidir a eleição para quem melhor souber seduzi-lo. Os tucanos perceberam isso depressa. Os petistas, um pouco mais tarde. A estratégia de ambos foi abandonar radicalizações e buscar espaço no meio. As duas forças que mutuamente mais se antagonizam na política nacional estão se esbarrando ideologicamente o tempo todo nesse campo amorfo do centrismo.

Ciro Gomes (PSB) tentou e fracassou no projeto de crítica à polarização PT-PSDB e busca de uma alternativa a ambos os caminhos.

Marina segue pela mesma trilha. O problema é que falta antagonismo real de ideias. Há, é inegável, diferenças de práticas administrativas. Mas não há diferenças teóricas mais profundas, que delimitem campos políticos realmente distintos.

Como disse certa vez Cristovam Buarque (PDT), nas Páginas Azuis do O POVO, Marx ficaria horrorizado se soubesse que, no Brasil, o que caracteriza ser de esquerda é querer juros mais baixos.

Basta perceber que, no debate entre os dois líderes da corrida presidencial, a oposição busca desmentir o tempo todo qualquer coisa que possa soar como intenção de mudança de rumos. Falam que manterão tudo que está sendo feito, e vão ainda melhorar. Enquanto os governistas apontam o dedo e dizem: “Eles não gostam do Bolsa Família“ ou “eles não gostam do PAC“.

É uma discussão que só se justifica pelo pragmatismo da percepção de que essas políticas são aprovadas. Mas, ideologicamente, o debate é completamente maluco, pois quem defende a ideia é que aponta que há pensamento contrário, enquanto quem seria contra garante que é, na verdade, a favor.

Não é algo novo. Quando Lula venceu pela primeira vez, em 2002, fez uma carta para prometer ao mercado que não mudaria praticamente nada, só melhoraria o que já estava lá.

O caminho dos extremos
Se os dois candidatos apontados como radicais antagonistas fazem de tudo para ocultar as diferenças & quase sempre com sucesso & Marina, ao tentar não se contrapor nem a um, nem a outro, acaba fazendo um discurso insípido e sem cara.

Na economia, diz que não fará mudanças significativas. Sobre os temas polêmicos, como aborto ou casamento de homossexuais, encontrou a solução fácil de propor plebiscito para tudo, como estratégia para não precisar se posicionar. Marina já tem uma tarefa inglória de romper uma polarização que parece inevitável. Com mais experiência e cacife, Ciro Gomes fracassou na mesma tentativa.

No Brasil, o caminho que resta para a terceira via é o dos extremos. A terceira via apostou na moderação como proposta política para uma época de radicalização, na Guerra Fria. Em tempos de “extremismo centrista“, como o Brasil de hoje, o caminho que resta livre é pelas pontas.

Festa na véspera

Míriam Leitão

Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? A vencedora de véspera já estendeu a mão, magnânima, à oposição; seus dois maiores caciques começaram uma briga intestina; cargos são distribuídos entre os partidos da base e os assessores já preparam os planos e projetos. Fala-se do futuro como inexorável.

O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante. Imagina o tempo e o dinheiro poupado se pesquisas, 30 dias antes do pleito, fossem suficientes para o processo de escolha?

A estrutura da Justiça Eleitoral, as urnas distribuídas num país continental, mesários trabalhando o dia inteiro, computadores contando votos; nada disso seria necessário. Mas como eleição é a democracia num momento supremo, respeitá-la é essencial.

Os que estão em vantagem, e os que estão em desvantagem, não podem considerar o processo terminado porque isso amputa a melhor parte da democracia, encerra prematuramente o precioso tempo do debate e das escolhas.

Dilma já sabe até o que fará depois de ser eleita, como disse na sexta-feira: “A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação do Brasil.”

Os jornalistas insistiram, ela ficou no mesmo tom: “Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente.”
Avisou que se alguém recusasse, não haveria problema: “Pode ficar sem estender a mão, como oposição numa boa que vai ter dinheiro.” Já está até distribuindo o dinheiro público.

Feio, muito feio. Por mais animador que seja para Dilma os resultados da pesquisa — e deve ser difícil segurar a ansiedade — ela deveria pensar em algumas coisas antes.
Primeiro, que falta o principal para ela ganhar: o voto na urna. Segundo, que o eleitor muda de ideia na hora que quer, porque para isso é livre. Terceiro, que, novata em eleição, deve seu sucesso a fatores externos a ela: o presidente Lula, o momento econômico e a eficiência dos seus marqueteiros.

Aliás, o marketing de Dilma tem sido tão eficiente em aparar todas as arestas de sua personalidade que criou uma pessoa que nem ela deve conhecer.

O salto alto não é só dela, a bem da verdade. A síndrome das favas contadas se espalha por todo o seu entorno, cada vez mais desenvolto. Por isso já começaram a brigar os generais de cada uma das bandas: Antonio Palocci e José Dirceu.

Da última vez que brigaram, os dois caíram. A disputa dos partidos da base de apoio pelos cargos públicos, como se fossem os despojos da guerra já vencida, é um espetáculo que informa muito sobre valores, critérios e métodos do grupo.
A desenvoltura do já ganhou é tanta que até o presidente Lula, dono da escolha autocrática de

Dilma, parece meio enciumado e reclamou que já falam dele no passado. E avisou: “Ainda tenho caneta para fazer muita miséria.”

A declaração inteira é reveladora: “Tem gente que fica falando aqui como se eu já tivesse ido embora, mas ainda tenho quatro meses e alguns dias de governo. Alguns falam como se eu já tivesse ido. Tem gente que se mata para ser presidente por um dia e ainda tenho quatro meses e alguns dias. Ainda tenho a caneta para fazer muita miséria nesse país.”
O sentimento é um perigo. O presidente Lula já está fazendo miséria. Atropelou o calendário eleitoral, zombou das multas na Justiça, pôs o governo que dirige para trabalhar pela sua candidata como se a máquina pública fosse um partido político.

A máquina

deu em o globo

De Merval Pereira

Agora ficamos sabendo, graças ao jornalismo da grande imprensa que o governo Lula tenta constranger justamente para que fatos como este não sejam divulgados, que o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, não foi o único tucano a ter o sigilo fiscal quebrado dentro da Receita Federal. Outros três personagens, ligados de alguma maneira a José Serra, candidato tucano à Presidência da República, também tiveram seus dados acessados irregularmente no dia 8 outubro, em 16 minutos de atividades através de um mesmo computador e com a utilização da mesma senha.

O processo aberto na Receita Federal, que ainda não foi divulgado oficialmente, demonstra que, sem motivação profissional, as declarações de Imposto de Renda do ex-ministro das Comunicações do governo de Fernando Henrique Cardoso Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e de Gregório Marin Preciado, casado com uma prima de Serra, também foram acessadas.

A quebra de sigilo de “adversários” políticos é apenas uma faceta do aparelhamento do Estado posto em prática pelo governo.

Uma análise aprofundada dessa máquina está no livro “A elite dirigente do governo Lula”, da cientista política Maria Celina D’Araujo, atualmente professora na PUC do Rio de Janeiro.

O próximo presidente da República vai herdar uma máquina pública “experiente e bem formada”, com fortes vínculos políticos com o PT e a CUT, relação aprofundada no governo Lula.

Segundo o estudo, uma máquina formada por pessoas altamente escolarizadas, com experiência profissional, a maioria proveniente do serviço público, com fortes vínculos com movimentos sociais, partidos políticos, especialmente o PT, sindicatos e centrais sindicais, principalmente a CUT.

Na análise de Maria Celina, os integrantes das carreiras públicas estão majoritariamente filiados a sindicatos e têm preferencialmente adotado o PT, “de forma que mesmo que o governo seja de outro partido, a máquina pública irá refletir essa tendência”.

Esse “sindicalismo de classe média”, onde predominam professores e bancários, tem sua base no funcionalismo público, fundamental para reativar o sindicalismo brasileiro a partir da redemocratização nos anos 1980, e está na origem do Partido dos Trabalhadores.

Dados oficiais indicam que em julho de 2009 havia 47.500 cargos e funções de confiança na administração direta, autárquica ou em fundações, que podiam ser preenchidos discricionariamente pelo Poder Executivo federal.

É essa máquina, dominada pelos sindicalistas, que atua nas sombras para produzir dossiês ou comprá-los com dinheiro escuso de que até agora não se sabe a origem, como no caso dos “aloprados”, de 2006, que pagaram com montanhas de dinheiro vivo um dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo, o mesmo José Serra que hoje concorre à Presidência da República.

Dossiês e insinuações contra Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio ou Gregório Marin Preciado surgem desde a campanha eleitoral de 2002, especialmente por conta das privatizações.

Mas Mendonça de Barros, o ex-presidente da Anatel Renato Guerreiro e dois ex-presidentes do BNDES, André Lara Resende e José Pio Borges, foram absolvidos, depois de dez anos de insinuações e acusações, que agora a Justiça diz serem infundadas.

O dossiê contra Eduardo Jorge foi descoberto pela “Folha de S. Paulo” e, no decorrer das investigações sobre o caso, descobre-se agora que mais pessoas foram “investigadas”.

O comitê de campanha de Dilma Rousseff, onde circulava o dossiê sobre Eduardo Jorge, é o mesmo que se viu envolvido em espionagens e contratações de arapongas para grampear telefones de adversários da campanha de Serra, inclusive o próprio, segundo declaração de um policial que foi sondado para a tarefa.

A máquina

deu em o globo

De Merval Pereira

Agora ficamos sabendo, graças ao jornalismo da grande imprensa que o governo Lula tenta constranger justamente para que fatos como este não sejam divulgados, que o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, não foi o único tucano a ter o sigilo fiscal quebrado dentro da Receita Federal. Outros três personagens, ligados de alguma maneira a José Serra, candidato tucano à Presidência da República, também tiveram seus dados acessados irregularmente no dia 8 outubro, em 16 minutos de atividades através de um mesmo computador e com a utilização da mesma senha.

O processo aberto na Receita Federal, que ainda não foi divulgado oficialmente, demonstra que, sem motivação profissional, as declarações de Imposto de Renda do ex-ministro das Comunicações do governo de Fernando Henrique Cardoso Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e de Gregório Marin Preciado, casado com uma prima de Serra, também foram acessadas.

A quebra de sigilo de “adversários” políticos é apenas uma faceta do aparelhamento do Estado posto em prática pelo governo.

Uma análise aprofundada dessa máquina está no livro “A elite dirigente do governo Lula”, da cientista política Maria Celina D’Araujo, atualmente professora na PUC do Rio de Janeiro.

O próximo presidente da República vai herdar uma máquina pública “experiente e bem formada”, com fortes vínculos políticos com o PT e a CUT, relação aprofundada no governo Lula.

Segundo o estudo, uma máquina formada por pessoas altamente escolarizadas, com experiência profissional, a maioria proveniente do serviço público, com fortes vínculos com movimentos sociais, partidos políticos, especialmente o PT, sindicatos e centrais sindicais, principalmente a CUT.

Na análise de Maria Celina, os integrantes das carreiras públicas estão majoritariamente filiados a sindicatos e têm preferencialmente adotado o PT, “de forma que mesmo que o governo seja de outro partido, a máquina pública irá refletir essa tendência”.

Esse “sindicalismo de classe média”, onde predominam professores e bancários, tem sua base no funcionalismo público, fundamental para reativar o sindicalismo brasileiro a partir da redemocratização nos anos 1980, e está na origem do Partido dos Trabalhadores.

Dados oficiais indicam que em julho de 2009 havia 47.500 cargos e funções de confiança na administração direta, autárquica ou em fundações, que podiam ser preenchidos discricionariamente pelo Poder Executivo federal.

É essa máquina, dominada pelos sindicalistas, que atua nas sombras para produzir dossiês ou comprá-los com dinheiro escuso de que até agora não se sabe a origem, como no caso dos “aloprados”, de 2006, que pagaram com montanhas de dinheiro vivo um dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo, o mesmo José Serra que hoje concorre à Presidência da República.

Dossiês e insinuações contra Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio ou Gregório Marin Preciado surgem desde a campanha eleitoral de 2002, especialmente por conta das privatizações.

Mas Mendonça de Barros, o ex-presidente da Anatel Renato Guerreiro e dois ex-presidentes do BNDES, André Lara Resende e José Pio Borges, foram absolvidos, depois de dez anos de insinuações e acusações, que agora a Justiça diz serem infundadas.

O dossiê contra Eduardo Jorge foi descoberto pela “Folha de S. Paulo” e, no decorrer das investigações sobre o caso, descobre-se agora que mais pessoas foram “investigadas”.

O comitê de campanha de Dilma Rousseff, onde circulava o dossiê sobre Eduardo Jorge, é o mesmo que se viu envolvido em espionagens e contratações de arapongas para grampear telefones de adversários da campanha de Serra, inclusive o próprio, segundo declaração de um policial que foi sondado para a tarefa.

Aliado de Serra quer Dilma longe

Deu em O Globo

Aliado do tucano José Serra, o governador André Puccinelli (PMDB-MS), líder nas pesquisas, fez gestões junto ao presidente do PMDB, Michel Temer, para que a candidata Dilma Rousseff (PT) e o presidente Lula não fossem a Campo Grande [onde haverá comício do candidato do PT ao governo, Zeca do PT] hoje.
Puccinelli chegou a se comprometer a mudar de posição, declarando neutralidade na disputa presidencial. Mas Temer lhe informou que seu pedido chegara tarde demais.

FRASE DO DIA
“Tinha uma mulher que tinha muito que estar aqui porque todos aqui sabem quem é o Serra, quem é a Marina e quem sou eu, mas ninguém sabe quem é esta senhora que foi inventada pelo Lula.”

Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL a presidente, ao criticar Dilma por ter faltado ao debate promovido pela TV Canção Nova

COMENTÁRIOS

  • O lulopetismo e seus métodos: desqualificam o Plínio, desqualificam a Tv Canção Nova, desqualificam os que assistiram ao debate, desqualificam qualquer um que ouse criticar o governo e a sua criatura.Só não respondem qual o motivo da ausência e do menosprezo da Dilma pela democrática forma de se conhecer o futuro presidente do Brasil.LAMENTÁVEL!!!
  • Ela é a que misteriosamente está em primeiro lugar nas pesquisas tal qual prospera a popularidade do Lula. Coisas que não se entende, basta ver a situação REAL do país em termos de violência, saúde, educação etc. as maiores bandeiras de todos os candidatos. Atingimos posições nunca antes imaginadas e a tendência é piorar. Dizem que economia vai bem. Ainda que fosse os efeitos não alcançam o povo que apenas se ilude e se endivida cada vez mais. Vai bem sim para os banqueiros, para os políticos e mais outros privilegiados. Que estamos menos sufocados, isto sim, mas é por conta de uma sequência de medidas de outros governos que antecederam o atual e que o Lula apenas administrou com moderação. Fez alguns ajustes para poder ter alguma efetividade. Crescemos sim por conta da iniciativa privada e não governamental. Quando será que o POVO acordará? A Dilma é mais uma criação do Lula que espera retornar em 2014. Assim o Brasil ficará nas mãos de um mesmo partido por 24 anos o que é péssimo para a Democracia.
  • É incrivel os petistas que postaram neste tópico, ironizando o Plinio por dizer que ninguém conhece a Dilma.Mas é uma grande verdade, NINGUÉM CONHECE ESTA MULHER, nem mesmo os próprios petistas.E olhe mais uma mentira, ela alegou que não podia ir ao debate por ter outros compromissos, mas foi pega em fragante, durante o debate, colocou no twitter que estava assistindo ao Pato Fu. (Além de tudo não parece ser muito inteligente).

Aliado de Serra quer Dilma longe

Deu em O Globo

Aliado do tucano José Serra, o governador André Puccinelli (PMDB-MS), líder nas pesquisas, fez gestões junto ao presidente do PMDB, Michel Temer, para que a candidata Dilma Rousseff (PT) e o presidente Lula não fossem a Campo Grande [onde haverá comício do candidato do PT ao governo, Zeca do PT] hoje.
Puccinelli chegou a se comprometer a mudar de posição, declarando neutralidade na disputa presidencial. Mas Temer lhe informou que seu pedido chegara tarde demais.

FRASE DO DIA
“Tinha uma mulher que tinha muito que estar aqui porque todos aqui sabem quem é o Serra, quem é a Marina e quem sou eu, mas ninguém sabe quem é esta senhora que foi inventada pelo Lula.”

Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL a presidente, ao criticar Dilma por ter faltado ao debate promovido pela TV Canção Nova

COMENTÁRIOS

  • O lulopetismo e seus métodos: desqualificam o Plínio, desqualificam a Tv Canção Nova, desqualificam os que assistiram ao debate, desqualificam qualquer um que ouse criticar o governo e a sua criatura.Só não respondem qual o motivo da ausência e do menosprezo da Dilma pela democrática forma de se conhecer o futuro presidente do Brasil.LAMENTÁVEL!!!
  • Ela é a que misteriosamente está em primeiro lugar nas pesquisas tal qual prospera a popularidade do Lula. Coisas que não se entende, basta ver a situação REAL do país em termos de violência, saúde, educação etc. as maiores bandeiras de todos os candidatos. Atingimos posições nunca antes imaginadas e a tendência é piorar. Dizem que economia vai bem. Ainda que fosse os efeitos não alcançam o povo que apenas se ilude e se endivida cada vez mais. Vai bem sim para os banqueiros, para os políticos e mais outros privilegiados. Que estamos menos sufocados, isto sim, mas é por conta de uma sequência de medidas de outros governos que antecederam o atual e que o Lula apenas administrou com moderação. Fez alguns ajustes para poder ter alguma efetividade. Crescemos sim por conta da iniciativa privada e não governamental. Quando será que o POVO acordará? A Dilma é mais uma criação do Lula que espera retornar em 2014. Assim o Brasil ficará nas mãos de um mesmo partido por 24 anos o que é péssimo para a Democracia.
  • É incrivel os petistas que postaram neste tópico, ironizando o Plinio por dizer que ninguém conhece a Dilma.Mas é uma grande verdade, NINGUÉM CONHECE ESTA MULHER, nem mesmo os próprios petistas.E olhe mais uma mentira, ela alegou que não podia ir ao debate por ter outros compromissos, mas foi pega em fragante, durante o debate, colocou no twitter que estava assistindo ao Pato Fu. (Além de tudo não parece ser muito inteligente).