Quem acompanha o que falam os principais líderes oposicionistas na Câmara Municipal de Ibiapina (CMI) terá notado o recrudescimento de seu discurso anti-governo nos últimos meses. O clima de certa boa vontade para com Marcão, que prevaleceu durante o primeiro semestre, foi substituído por declarações cada vez mais fortes.
A mudança é especialmente visível nas manifestações da tribuna. Quando se pronunciam, sabedores que a sessão é transmitida através da Rádio Compasso, o tom costuma ser mais ácido que no dia a dia do relacionamento parlamentar e administrativo.
Afinal, a oposição é maioria e está à frente da CMI. Se bem que a administração do Marcão (muito carente) não tem ajudado muito Fernando Carvalho(espécie de líder do governo) na contra-argumentação.
No entanto, a oposição tem deixado de reconhecer alguns avanços, como por exemplo, na manutenção das estradas vicinais que cortam o município. Pessoalmente, nunca na história desse município(parafraseando Lulinha), se viu a Prefeitura repor material de rodagem (piçarra). Marcão fez isso. Para destacar, quem anda pelos principais Distritos e Zona Rural, se quiser, constata a construção e reforma de vários equipamentos sociais e ultimamente, a construção e entrega de casas populares para pessoas carentes. No entanto, os vereadores têm razão quando criticam a evidente falta de planejamento e comando na administração municipal.
Pois bem, voltando à oposição,existem diversas razões para explicar a mudança. Pode ser que os vereadores da oposição acreditem que seu eleitorado a exige. Pode ser que obedeçam a motivações internas, decorrentes de conflitos entre correntes partidárias. Pode ser que já estejam a preparar caminho para seu líder político ou para si próprio(a) nas próximas eleições municipais que se avizinham. Pode ser tudo isso junto.
A oposição, como sabemos, é inerente ao processo político e de construção da cidadania. Defendo-a. Sem ela, os prefeitos e gestores municipais corruptos, não se sentirão inibidos a confundir o público com o privado. Se toda Câmara fizesse realmente o seu papel de fiscal do povo, denunciando, discutindo, fazendo leis que melhorem realmente a vida do cidadão, nosso município não estaria tão aquém de onde deveria estar.
Infelizmente a historia da CMI não é das mais belas no sentido de contribuir para esse progresso, é só relembrar o passado não tão remoto, onde tivemos um Presidente que do plenário, urinou numa garrafa em plena sessão administrativa para defender da cassação o chefe político que fôra acusado de má conduta com o erário. O ato, por si só já fere o decoro exigido de um homem público, sem falar que muitos dos vereadores de então, assistiram à tudo complacentes. Felizmente nem todos pensaram assim e o vereador perdeu o mandato, assim como o prefeito não se reelegeu.
O quê nos transparece é que não há limites, quando no exercício da vereança, o motivo for defender o indefensável.