Arquivo mensal: março 2012

Recordar é viver

Lula sai em defesa de ‘Severino Mensalinho’ (27/3/2008)

Lula ultrapassou, ontem, no Recife, todos os limites da irresponsabilidade durante cerimônia de assinatura de ordem de serviço para a construção de obras financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento.

Ao elogiar o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP), sugeriu que ele perdeu o cargo e foi obrigado a renunciar ao mandato por pressão das “elites paulistas e paranaenses”.

De fato, Severino renunciou ao cargo e ao mandato porque se provou que fora subornado por Sebastião Buani, concessionário de um dos restaurantes da Câmara.

De Buani, Severino recebeu cheques mensais para permitir que o restaurante dele seguisse funcionando. Rastreou-se um cheque de R$ 10 mil que foi parar na conta de Severino.

– Eu continuo tendo o mesmo respeito, hoje, que eu tinha por você há muito tempo porque a relação humana não é feita apenas do momento – disse Lula. “A relação humana é feita de forma mais sadia.”

Antes, havia dito, apontando na direção do seu correligionário:

– Estou vendo ali um homem que foi presidente da Câmara. Ele foi eleito porque nossa oposição queria derrotar o governo, achando que o Severino ia ser contra o governo. Elegeram o Severino, mas não levou muito tempo para eles perceberam que o Severino não era oposição.

Não, não era mesmo. Era um dos mais fisiológicos deputados. Era conhecido como o Rei do Baixo Clero. Cobrou caro pelo apoio que deu ao governo. Indicou o ministro das Cidades. Recebeu outras benesses.

Severino renunciou ao mandato para não ser cassado. Tentou se reeleger deputado federal. Faltaram-lhe votos para isso. Quis emplacar um dos seus afilhados como secretário do governador Eduardo Campos (PSB). Não conseguiu. Tornou-se uma figura desprezível da qual costuma fugir a maioria dos políticos.

Até que… Até que Lula lhe deu a mão.

Que exemplo o presidente da República imagina que oferece ao distinto público ao se referir da maneira como o fez a um político acusado de corrupção?

Como pode dizer que continua respeitando Severino depois de saber que ele recebia propina?

Como pode cobrar respeito a quem quer que seja se desrespeita a todos dessa forma?

O PT fez Caixa 2 porque todo partido faz, admitiu Lula em 2005 no auge do escândalo do mensalão.

Os R$ 20 mil do publicitário Marcos Valério, embolsados pelo deputado Professor Luizinho (PT-SP), não passaram de “uma merreca”, observou Lula ao sair em defesa do seu companheiro.

Vai ver que para Lula o comportamento de Severino não foi de todo reprovável. Vai ver que é por isso que o compreende, o estima e o exalta.

Definitivamente, a herança maldita do período Lula será a banalização dos maus costumes no trato da coisa pública.

Do Blog do Noblat

Ibiapina ganha repórter político que estava faltando pra completar. Veja toda reportagem.

Anônimo JORNALISTA DE RUA disse…
CARO AMIGOS DA REDE FOFOCA, ESTAMOS AO VIVO DE IBIAPINA COMENTANDO AS MAIS NOVAS FOFOCAS POLÍTICAS DA CIDADE. COM 99,9% DAS CANDIDATURAS DE ORISMAR E GRACINHA SEREM INVIÁVEIS PARA COM À JUSTIÇA ELEITORAL COMEÇA OS BOATOS FORTES NAS RUAS DO CORAÇÃO DA SERRA. A POSSÍVEL LIGAÇÃO DE ROSÁRIO COM OS LINHARES GANHA FORÇA NESSES DOIS MESES QUE ESTÃO POR VIR, VISANDO A SUCESSÃO DA VIÚVA. MUITOS JÁ COMENTAM DA FORTE POSSIBILIDADE DE ROSÁRIO FORMAR CHAPA COM LEANDRO LINHARES JÁ QUE ROSÁRIO NÃO TOPA COM O GRUPO DO ATUAL PREFEITO E TENDO UMA GRANDE AFINIDADE COM O VICE, DEIXANDO MANOELZINHO À PENSAR COMO SERÁ SUA CARREIRA POLÍTICA JÁ QUE O MESMO VISAVA UMA VICE DO DR.ORISMAR MAS TUDO DEPENDE DE DR.ORISMAR QUE TAMBÉM TEM QUE PENSAR EM SUA SOBREVIVÊNCIA NOS HOLOFOTES DA POLÍTICA DE IBIAPINA. PENSANDO TAMBÉM QUE O GRUPO DE “NONATO FREITAS” TEM UMA QUEDA NÍTIDA PARA UM POSSÍVEL ACORDO COM MARCÃO!?. CONTINUANDO SUA BRIGA DE EGO COM A EDIL QUE SE DESTACA MAIS QUE SUA OPOSIÇÃO NO GRUPO! JÁ MARCÃO É “REJEITADO” POR MUITOS MESMO ESTANDO NA PREFEITURA, MAS CONTA QUE O PARTIDO DE DR.ORISMAR DESMENBRADO E ATÉ MESMO O LÍDER SE DEBANDE PARA O LADO DOS “REBELDES”. PONTO QUE CONTA CONTRA A MARCÃO É SUA FRAGILIDADE EM MANTER SUA PALAVRA DIANTE PARTIDOS, A NÃO SER QUE USE DE OUTRAS ESTRATÉGIAS QUE MUITOS FALAM . AGORA IMAGINEMOS HÉLIO E ORISMAR APOIANDO OS MESMOS CANDIDATOS, NO MESMO PALANQUE!? IMAGINARAM!? TUDO É POSSÍVEL, AFINAL DE CONTAS É POLÍTICA! QUE SEJA ESCOLHIDO O MELHOR PARA IBIAPINA. A GUERRA SERÁ SE: ROSÁRIA SAIRÁ CANDIDATA A PREFEITA COM O APOIO DO DR.ORISMAR!? ROSÁRIO SAIRÁ VICE NA CHAPA DE LEANDRO LINHARES!? OU ROSÁRIO PERDERÁ MAIS UMA VEZ A QUEDA DE BRAÇO COM O GRUPO DE NONATO FREITAS!?. AGORA ESPERAR OS COMENTÁRIOS PEDINDO QUE SEJA DE ALTO NÍVEL RESPEITANDO À TODOS. OBRIGADO ELIAS POR ESTE ESPAÇO EM SEU BLOG.
E PARA NÃO CHORAR VAMOS RIR UM POUCO LOGO ABAIXO!

REPORTAGEM DE: SÓ NA FOFOCA

OFERECIMENTO: CHURRASCARIA PREÁ NA BRASA, REFRIGERANTES ESPOCA BUCHO COLA E LIMÃO , FUNÉRARIA BATE BATE BATE NA PORTA DO CÉU, FRALDAS BUM BUM LIMPINHO, LEITE DONA VACA, RESTAURANTE BAR BARIDADE, INSTRUMENTOS SONOROS LOUCOS POR MÚSICA, NUCLEO ODONTOLÓGICO DENTÃO, LANCHONETE BENEDITA GULOSA.

É Fantástico!!!

Ontem vi uma reportagem no “Fantástico” mostrando como funciona um esquema para fraudar licitações de saúde pública, feito entre empresas fornecedoras e funcionários públicos.

O repórter, se passando por um funcionário do setor de compras de um grande hospital do Rio de Janeiro, negocia como grandes empresas fornecedoras de materiais e serviços, escolhidas pelo próprio repórter e que já são cadastradas como clientes da União, a compra desses itens.

Embora a reportagem mostre um exemplo, no caso da saúde, como se desenrola o esquema para fraudar licitações, todos sabemos que esse “modus operandi” é extensivo aos demais setores da administração pública brasileira.

Ainda que desconfiasse de como era montado todo esquema, vendo tudo aquilo, percebi o quanto se rouba neste país. Percebi a monstruosa falta de amor ao próximo por parte desses finórios. Entendi mais ainda a causa, o motivo, desse lindo país não conseguir atender as necessidades básicas de seus cidadãos. Entendi, enfim, como se processa todo o enriquecimento ilícito às custas da população honesta.

Compreendi que mesmo as contas batendo, com a conivência de um contador desonesto, a conta moral não bate. Todos sabemos o quanto cada um ganha, todos sabemos que não há justificativa para o seu patrimônio acrescido de uma hora para outra, tanto do pilantra que se diz “servidor público”, quanto do pilantra fornecedor.

Vou parar de escrever, sob pena de ser processado por não ter papeis.

Sabe o que é pior? É que o eleitor faz vista grossa pra tudo isso. Por quê? Porque já ganhou o seu, quando vendeu o voto. É Fantástico ou não é?

Muros e Pontes

Sou um ser urbano. Confesso. Sinto prazer em sentar em um café para ler um jornal, um livro ou simplesmente observar as pessoas que passam. Aprecio andar em paz por ruas seguras. Encantam-me as cidades onde as janelas não têm grades e as casas não são cobertas por muros.

A ausência de muros em uma cidade indica que seus habitantes encontraram maneiras de conviver pacificamente. Elas optaram pelas melhores soluções e não pelas mais fáceis. Construíram pontes ao invés de muros.

A construção de muros começa na mente e no coração. Ações e palavras criam a ilusão de que muros são essenciais para a sobrevivência em comunidade. É crença de que a vida em comunidade somente é possível se existir a separação física de seus habitantes. É a aposta na segregação. Antes de agredir a vista, os muros se constroem no espirito.

A paz se constrói usando a energia da construção de muros na construção de pontes que possam restaurar o relacionamento humano. Muros separam. Pontes unem. É através de palavras que se constroem muros e pontes imaginários. Na construção de muros ou pontes, três palavras parecem ter muita importância: “mas”; “e”; e “se”.

“Mas” reflete a impossibilidade, o obstáculo, a objeção, sem, entretanto, necessariamente apontar uma saída. “Mas” limita a comunicação, afasta as pessoas, impede o acordo. “Mas” traz a desconfiança e descrença. É palavra que fecha ouvido e separa as pessoas. “Mas” é parte do cimento dos muros.

“E” complementa o pensamento. Indica que a comunicação esta funcionando. Contribui para o entendimento do problema. Abre portas e contribui para a troca de ideias. Pode, em muitos casos, substituir o “mas” sem qualquer perda de conteúdo da mensagem.

É por habito e não por necessidade, que, muitas vezes, o “mas” substitui o “e”. “E” é parte do cimento das pontes.

“Se” é parte da solução ou do problema. Na dose certa, “se” dá estrutura à comunicação e, com isso, pode restaurar os relacionamentos. Indica o caminho. Ilumina as necessidades. Sinaliza uma solução. Faz olhar para frente e aponta para possibilidades, futuro e solução.

Na dose errada, impossibilita a convivência e a comunicação. “Se” dá consistência a pontes ou muros.

As cidades são mais belas quando não precisam de muros. Quando somente pontes são necessárias. Para isso, seus habitantes precisam de poucos “mas”, muitos “e” e alguns “se”.

É a integração de seus habitantes que leva à melhoria da qualidade de vida nas cidades. A verdadeira paz é feita com pontes, e não com muros.

Elton Simões mora no Canadá há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria).

Coisas do Brasil

Está subindo o tom das reclamações sobre a falta de mão de obra preparada para enfrentar os desafios atuais do desenvolvimento nacional.

A política educacional vigente dá prioridade ao ensino superior. Forma mais doutores, acentua e aprofunda a instrumentalização do acesso a ele – talvez como forma de controle da circulação e formação do saber, do conhecimento e, se possível, até da informação.

Mesmo o “Sistema S” – SENAI, SENAC e semelhantes – teoricamente voltado para a preparação de mão de obra trabalhadora está é preparando candidatos ao ENEM.

Note-se: essa rede de escolas é sustentada por contribuição compulsória das empresas que estão reclamando da falta de mão de obra qualificada. Esquisito, não é?

Mas educação no Brasil é assim. Tem o discurso floreado dos ministros e tem a vontade de quem comanda mesmo: a autoridade burocrática, com suas idiossincrasias e comprometimentos.

Exemplo: o Ministério da Educação não reconhece a existência dos cursos a distância, que funcionam e são ministrados pela internet, e periodicamente de forma presencial.

E não os considera radicalmente: eles não participam do Censo Escolar, principal fonte de dados sobre o ensino no país. É como se não existissem.

O futuro está urrando e quer entrar.

A clientela e as empresas reclamam. O desenvolvimento exige. Tem demanda crescente. Mas o MEC não está nem aí…

E vai fundo. Diz a autoridade, desinteressada do tema: “Isso se deve ao fato de que o foco dessa pesquisa (o Censo Escolar da Educação Básica) é o ensino presencial e não está adequada às particularidades existentes no ensino a distância.”

E tem mais: recomenda a essas escolas que tiverem declarado seus dados ao Censo Escolar que elas não podem continuar no banco de dados, já que não são escolas presenciais.

E por isso, diz o MEC: “a única alternativa para resolver o impasse é que se declarem extintas.” Simples não é? O MEC já fechou uma porta que o futuro está entreabrindo.

É o que o MEC tem a dizer. Com isso se satisfaz a burocracia. Quem manda é a forma pela qual ela compreende e faz o Censo, não é o interesse nacional.

Muito menos as necessidades do crescimento brasileiro.

Daqui a uns anos vamos nos perguntar como foi possível não ver o que estava acontecendo.

Mas o MEC não está aí para o futuro. O MEC só quer distribuir tablets a mancheias, sem ter quem os saiba utilizar proficuamente no trabalho cotidiano, em salas de aula com lousa e giz.

Só cenário. Só figuração.

Edgar Flexa Ribeiro é educador, radialista e presidente da Associação Brasileira de Educação

Recado do leitor Gilson para o compadre Hélio.

AMIGOS

EU SÓ QUERIA ALERTAR AO VELHO GUERREIRO , COMPADRE HELIO ; QUE A CANDIDATURA DO FILHO DELE NÃO VAI DECOLAR EM VIRTUDE DO DESGASTE DOS LINHARES NAS ADMINISTRAÇÕES ANTERIORES. MAS SE O COMPADRE HÉLIO VIESSE A APOIAR UMA NOVA CANDIDATURA DE ALGUEM QUE:

1 – NUNCA FOI POLITICA
2 – TIVESSE A FICHA LIMPA
3 – TIVESSE UM BOM LEGADO JUNTO COM A COMUNIDADE
4 – TIVESSE O NOME ACEITO , TANTO DA ESQUERDA COMO DA DIREITA
5 – FOSSE CARISMATICO
6 – FOSSE FEMININA E BONITA

SABE A QUEM ME REFIRO NÂO É COMPADRE ?
ENTÃO FAÇA-A CANDIDATA POIS ELA SERÁ FIEL A VOCÊ EM TUDO .

Frase do dia.

“Faz é nojo ver essa gente tentando ludibriar os eleitores de ibiapina, alguns com meras promessas , outros com meras cachaça. MEU DEUS!”

Leitor(a) do Blog, sobre as formas de conquistar eleitores dos pré-candidatos a cargo eletivo em Ibiapina.

Análise da enquete – Rosário já é 2ª colocada.

A enquete começa a apontar os favoritos dos eleitores para a pré-candidatura a Prefeito em Ibiapina. Comento as três lideranças.

Para os lados da Rodoviária é indiscutível o favoritismo do aspirante Leandro Linhares (segundo João Neto “o filhote“). Entendo que, embora as águas agora que começaram a rolar por baixo da ponte, não creio que a “sarobada” tenha um nome melhor. Ao vice restará apenas a escolha da vice. Trocadilhos à parte, a escolha do suplente para a chapa majoritária será o grande gargalo para os Linhares e Cia. Apesar de, a nível de PR, não vislumbre-se ninguém para este mister, não podemos dizer o mesmo do PSDB de Dona Gracinha, pois lá existem nomes a altura do cargo. Pode ser também que o nome venha de fora, talvez fosse o ideal, o problema é que ainda na mente daqueles, os traumas acumulados nesses três últimos anos. A demais, o pensamento dos correligionários no momento é abrir para alguém que some, mas que, principalmente, consiga ganhar-lhes a confiança.

Rosário, Rosário, Rosário, quem te viu, quem te vê. Começou por ali, tímida, despretensiosa… – “Não sei, não posso, quem sou eu, tem gente que não quer… Etc, etc”. O certo é que Rosário começa a motrar sua força e parece ter entrado num funil onde não conseguirá mais voltar, tamanha pressão sofrida por seus correligionários (todo mundo conhece um funil né?). Já tinha até previsto aqui: Rosário a bola da vez, lembram? Parece que a coisa toda tá caminhando pra isso, ou seja, Rosário será a candidata do PMDB, pelo menos é o que tem mostrado a enquete. O grupo do Nonato resiste (outro gargalo a ser resolvido pelo PMDB). Não sei por quanto tempo, mas resiste e deve resistir até para forçar um colóquio e no mínimo garantir um bom acordo já que Nonato Freitas, como demontrado, não pode ser ignorado (veja enquete), principalmente se ameaçar ir pra outro lado, como parece que há indícios.

Manuelzinho prossegue na dianteira sozinho. Inteligentemente, adotou a estratégia de valorizar-se o máximo que puder, seja para o próprio partido, seja para o partido dos outros. Caso tenha coragem e disposição em lançar-se mais uma vez sozinho, aproveitaria o discurso da eleição passada, sendo que desta feita seria diferente pois estaria com mais experiencia e poderia atrair o pessoal da esquerda como o PV por exemplo, Sindicatos, etc, além daqueles insatisfeitos com todos, formando uma grande frente de oposição. Já se se coligar, terá sérias dificuldades na retórica e na credibilidade.

Enfim, caríssimos, já estamos em março e dia 05 foi o último dia para o Tribunal Superior Eleitoral expedir as instruções relativas às eleições de 2012 (Lei nº 9.504/1997, art. 105, caput).

No dia 26.5.2012 será a data a partir da qual é permitido ao postulante à candidatura a cargo eletivo realizar propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome, vedado o uso de rádio, televisão e outdoor, observado o prazo de 15 dias que antecede a data definida pelo partido para a escolha dos candidatos (Lei nº 9.504/1997, art. 36, § 1º).

Quem tiver que aparecer já é bom ir saindo de detrás da porta. Na política é assim. Olha aí o Marcão, saiu foi cedo.

Gente Honesta – resposta a leitora que assina Madalena Linhares (aí em baixo)

Nos sábados chuvosos e frios, gosto de ficar em casa durante o dia. Gosto da sensação do “dolce far niente” que vem da combinação do descanso com a ausência de compromissos.

A TV é a companheira inseparável da ociosidade moderna. Em um desses sábados, assisti uma reportagem sobre uma pessoa que achou um envelope cheio de dinheiro em um trem e o devolveu ao dono.

Talvez porque falte noticias nos fins de semana, matérias como estas ganhem destaque nestes dias. De uma maneira ou de outra, sempre achei interessante que estas narrativas sejam construídas a partir da premissa de que devolver o dinheiro não seria a regra, mas sim, a exceção.

Em outras palavras, a gente assume que, se ninguém estiver olhando, as pessoas, em sua maioria, agirão erradamente.

Parece existir pouca evidencia de que as pessoas, em regra, sejam desonestas. Todos os dias, a esmagadora maioria da população, na esmagadora maioria dos casos cumpre com seus deveres.

Faz-se o certo sem se considerar a possibilidade de recompensa, punição, ou mesmo maneiras de burlar a ética. Para o cidadão comum, fazer o certo é a regra. Em regra, as pessoas são éticas. Enfim, em regra, as pessoas fazem o certo.

Individualmente, agir eticamente parece ter a ver com a educação que cada um de nos recebe dos pais e das instituições que nos cercam. O sentimento de vergonha, aqui, pesa muito. Pessoas que foram educadas para sentir vergonha quando desviam da ética, terão mais dificuldades em dela desviar.

Coletivamente, parece existir uma relação entre a coesão social e a ética. Sociedades em que os cidadãos reconhecem que seus atos impactam aos outros e vice-versa, tendem a ter comportamentos mais éticos. É a noção de que cada cidadão é parte de um todo e, consequentemente, precisa fazer a sua parte.

Alternativamente, quanto mais individualistas os cidadãos são, menos compromisso com a ética eles tem. Esta é e principal conclusão de estudos recentes realizados pelas Universidades de Toronto e Berkeley (“Higher social class predicts increased unethical behavior”, publicados na revista PANS de Fevereiro, 2012).

O Comportamento ético vem do reconhecimento individual de que garantir relações fortes e duradouras melhora a vida de cada cidadão. Portanto, agir eticamente requer acreditar que o bom nome e a credibilidade tem valor. Como disse William Shakespeare: “aquele que rouba minha carteira rouba lixo. Aquele que rouba meu bom nome rouba o que não lhe faz mais rico, mas me torna mais pobre”.

Elton Simões mora no Canadá há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria).